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domingo, 11 de maio de 2014

Pedro Melo está preocupado com a violência em Lajedo

CARTA ABERTA ÀS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS 
DE PEDIDO DE SOCORRO À LAJEDO

Exmo. Governador João Lyra Neto
Exmo. Prefeito Rossini Blesmany
Exmo. Presidente do TJPE Desembargador Frederico Neves
Exmo. Deputado Federal André de Paula
Exmo. Deputado Estadual Marcantônio Dourado
Exmo. Deputado Estadual Vinícius Labanca
Exmo. Secretário de Defesa Social Delegado Alessandro Carvalho
Ilmo. Comandante da PMPE Sr. Cel. PM José Carlos Pereira


LAJEDO – SARAJEVO NÃO É AQUI!

Dr. Pedro Melo
Socorro! Lajedo sangra. Por favor, nos ajudem. Estamos à beira do caos. A degradação da sociedade brasileira tem sido assunto recorrente nas mais diversas mídias nos últimos dias a inversão de valores numa sociedade em plena decadência já não surpreende, pelo contrário, parece nos anestesiar. Estamos impotentes e catatônicos...

Na próxima semana estaremos completando 65 anos. Entre compassos e descompassos construímos um bom lugar para viver e, para em paz, morrer. Aqui nascemos, estudamos casamos e geramos nossos filhos que sonhávamos tê-los livres, belos e soltos nas nossas ruas como um dia fomos nós... Utopia? Eu chamo de sonho.

A política, sempre ela, nos dividiu. Fomos extremamente eficientes em nos separar, hoje precisamos desesperadamente nos unir. Ou encontramos uma forma de segregarmos as nossas diferenças e evidenciarmos as nossas convergências ou sucumbiremos.

A violência que nos assola não parece importar-se com cores partidárias ou tipo de “boca” ela agride e aflige a todos. Pouco importa o nível de conhecimento, poder aquisitivo, preferência sexual ou opção religiosa, ela é endêmica e universal. Está absolutamente sem controle.

A educação raiz de todas as mazelas que hoje vivemos foi e continua sendo desprezada por aqueles que devia constituir-se em seus guardiões o que nos remete a citação de um ex-reitor de Harvad – “se não querem a educação, experimentem a ignorância”, estamos experimentando-a.

O governo passado que tanto amor alardeava, qual mal amante, no primeiro revés abandonou-a, não sem antes desfigurá-la. O atual, que foi eleito sob o signo da mudança, está a nos fazer perder a esperança. Entretanto, chega de procurar culpados porque para isso já foi escrito um cartapácio.

Os pequenos delitos que não demos importância cresceram e se transformaram em monstros que hoje nos deixam inertes diante da sua audácia. A mensagem escatológica deixada na sala da justiça traduz a nossa estupefação e, como se não bastasse, em plena audiência, a representante do Ministério Público teve o seu computador atirado aos seus pés por um delinquente em plena audiência.

Assaltos, estupros, roubos, furtos, arrombamentos, homicídios constituem o vocabulário do nosso cotidiano. A cada dia aumenta os indicadores da violência, aqui não existe o Pacto pela Vida, aqui o que há, é o medo da morte. Estamos vivendo sob o domínio do medo nas suas mais diversas faces.

Se somarmos as nossas forças poderemos vencer, a continuar nossa desunião o mal triunfará. O município precisa fazer a sua parte. Educação decente, saúde de qualidade, iluminação pública eficiente, espaços de lazer e segurança são comprovadamente eficazes no combate a este mal. Emendas parlamentares para corrigir a “destruição” da nossa cidade, que mais lembra uma cidade bombardeada, precisam ser buscadas pelos parlamentares que aqui angariaram e receberam ou irão receber votos. A justiça ausentou-se e o seu “lar”, na nossa cidade, hoje é um refúgio de marginais. Precisamos das autoridades judiciárias (juiz e promotor), residindo na nossa cidade a sua presença, por si só, é fator de inibição. 
 
O Estado precisa se fazer presente com um contingente policial (militar e civil), compatível com o nosso tamanho, importância e necessidades (nos “presentearam” um presídio, ajudem-nos a guardá-lo), e todos nós precisamos fazer a nossa parte deixando de torcer pelo “quanto pior melhor” e entender que os cargos são temporários e que nós somos perenes.

Sabemos que este não é um problema único e que não é privilégio nosso essa situação. No entanto, precisamos hierarquizar o problema para poder apontar tecnicamente uma solução. Hoje temos plena convicção que dentre os 185 municípios do estado de Pernambuco, guardadas as proporções, somos hoje um dos piores lugares para se viver e precisamos reverter este status quo para que a população encontre motivação para aumentar a sua autoestima que nunca esteve tão baixa e que nunca foi tão forte o sentimento de desesperança que assola a nossa juventude. Que Deus nos proteja.

Atenciosamente, 

Pedro Melo. Um filho de Lajedo.
 

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