Nova denúncia de uso da Casa Militar de Pernambuco para monitorar adversários do Palácio do Campo das Princesas nas eleições deste ano. O deputado estadual Álvaro Porto (PSD) informa que em Brejão, no Agreste Meridional, o pessoal ligado ao candidato Janduhy Bezerra (PTB) também foi acompanhado por homens que circulavam em carros pela cidade. Bezerra foi derrotado por Beta Cadengue, do PSB.
De acordo com o deputado, um policial que estava afastado por problemas de saúde, foi lotado na Casa Militar e passou a ser encarregado de fazer segurança pessoal dos Cadengue. Já a secretária de Saúde do município, Elaine Morais, prima do candidato a vice na chapa de Janduhy, Paulo Morais, foi seguida por homens e chegou a ser abordada por um deles na porta de casa. "Ela chegou a fazer um BO", diz.
Porto destaca que dois carros foram utilizados no monitoramento dos opositores do Governo em Brejão. Um deles, uma Frontier de placa KGR-5423, chegou a ser fotografada. "Teve situação em que três policiais circularam num desses carros e chegaram a abordar eleitores de Janduhy numa clara ação de intimidação", salienta.
Outro município onde foram verificadas ações da Casa Militar contra candidaturas adversárias do Governo estadual, segundo Álvaro Porto, foi Gravatá. O deputado informa que apoiadores do prefeito eleito Joaquim Neto (PSDB) tiveram passos acompanhados por policiais. "Enquanto a população sofre com a violência e falta de policiamento, homens da Casa Militar são escalados para missões eleitoreiras que em nada contribuem com a segurança", frisa.
Os casos se somam ao episódio denunciado pelo ex-governador João Lyra, pai da prefeita eleita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB). Segundo ele, policiais da Casa Militar vigiaram atividades de campanha da filha. No dia 29 de outubro, horas antes do segundo turno, o ex-governador chegou a divulgar fotos de carros que teriam sido empregados para monitorar a campanha de Raquel.
A informações de João Lyra foram endossadas nesta quinta-feira (03.11) pela ex-Procuradora Geral do Estado, Bianca Teixeira Avallone, que, em postagens em redes sociais, afirmou que a ação da Casa Militar em Caruaru foi "ostensiva" e "aterrorizante".
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