O segundo período de 2017, na Casa José Vieira de Araújo, iniciou na última quinta-feira (03), com a realização de uma sessão ordinária, e a vereadora Jessyca Cavalcanti (PTC), durante o uso da Tribuna, fez um forte discurso com reflexões sobre algumas declarações de ódio que recebeu após ser vítima de um assalto e atitudes tomadas contra a classe política recentemente, em especial os vereadores, que enfrentaram, na ocasião, um protesto contra a aprovação de um auxílio-alimentação aprovado por unanimidade no Legislativo Municipal.
Na oportunidade a vereadora relembrou o assalto que sofreu na última semana e como alguns internautas vibraram com o fato. "Como todo cidadão e cidadã de Santa Cruz, eu estou suscetível a um acidente, a um assalto, a um atropelamento, isso é uma possibilidade para quem está nessa vida. Mas hoje, virou uma moda bater em político e as pessoas não tem esse discernimento (...). As pessoas me agrediram a ponto de dizer que desejavam eu estar dentro do carro e ser queimada pelos bandidos. Deus me livre, está frente a frente com essa pessoa que me desejou isso. Porque certamente, aqueles bandidos que me assaltaram empunhando uma arma para roubar um bem, eles não me odeiam gratuitamente como essa pessoa que faz um comentário desse na rede social", disse.
A vereadora seguiu fazendo uma reflexão sobre as reais causas da violência, destacando o fato de parte da classe empresarial explorar seus funcionários. "Violência é uma causa só? Quem está aqui não tem parte em tudo que está acontecendo? (...) E aquele empresário, igual a tantos no nosso município, que exploram os funcionários, que impedem que ele vá estudar para fazer serão, que não paga os direitos trabalhista? Ah, mas isso é um assunto proibido nesse município, porque esse povo é intocável. Não é verdade? Porque podem me chamar de prostituta, podem chamar o vereador Zé Minhoca de ladrão, mas não podem mexer com os intocáveis não, mesmo que a riqueza deles seja a custa do suor do povo trabalhador desse município", declarou.
Em reposta as acusações de assistencialismo recebidas durante o protesto, a vereadora falou, "Eu trabalho de sete e meia da manhã até dez da noite, todos os dias. Mas dizem que fazer política é algo muito maior, (...) quando o povo não tiver suas necessidades básicas supridas, ele não é capaz de fazer política. Ele (povo) vai estar na minha porta, na porta do vereador Deomedes, na de Zé Minhoca, pedindo uma feira, pedindo um dinheiro para comprar um bujão (...) e eu vou dar, eu vou dar! Sabe porque minha gente? Porque eu não sou rica, eu sou filha de caminhoneiro e de uma merendeira, e cheguei aqui só eu, meu marido e Deus, sabe!", ratificou.
Jessyca ainda criticou a atuação de alguns empresários, que tem sido definida como quarto poder, que contribuem com a revolta contra a classe política. "Não existe quarto poder no município de Santa Cruz não. Existe um prefeito, existe vereadores, existe judiciário, e o que chega aqui é através deles. Não é através de muitos que querem se engradecer atacando vereador, atacando prefeito (...), e eu vou combater. Quer ser vereador? Vá para o crivo popular. Quer ser prefeito? Do mesmo jeito (...). Isso é um grande realidade que tem que ser colocada aqui nesse município, e para muitos que estão ai nas redes sociais crucificando a gente mas de manhã estão aqui pedindo as coisas, é uma realidade. Os empresários de Santa Cruz têm muita contribuição, aqueles que dignificam esse poder de gerar emprego, mas olhem com amor, olhem com justiça para os seus funcionários, porque eles sentem os seus olhares de desdém, enquanto aqui todo mundo é acolhido", concluiu.
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