Na manhã desta quarta-feira (02) foi realizada, na sede do Clube Ypiranga, uma reunião de emergência que teve a participação de membros da diretoria. Estiveram presentes: Ricardo Gomes (Diretor de Futebol Amador), Eduardo Pereira (Secretário, que também responde pelo vice-presidente), Edmauro Torres (Diretor Jurídico do clube), Aristóteles Galindo (Diretor Financeiro) e, por telefone, Jefferson Lulu (Diretor de Marketing) e Igor Henrique (Diretor de Patrimônio).
O objetivo foi a busca de soluções para tentar evitar o leilão da sede do clube, fato já determinado pela Justiça com a execução de uma dívida trabalhista do clube com um de seus ex-jogadores.
A dívida total – De acordo com o que foi colocado na reunião, o clube possui uma dívida estimada em R$580 mil, sendo que desse valor estão R$218 mil referentes ao ex-jogador Otacílio Neto, outras 05 dívidas trabalhistas menores com outros atletas e cerca de R$ 200 mil de ordem tributária.
Um fato que chama a atenção é que, antes do clube ser colocado em leilão, houve uma tentativa anterior de negociação com Otacílio para que a divida fosse quitada. Seriam dados R$ 100 mil de entrada e os demais valores seriam pagos em parcelas mensais de R$ 10 mil, acordo que não foi possível ser realizado.
Prazo curto – Outro ponto colocado na reunião é que o clube tem um prazo curto, 11 dias, para se conseguir evitar o leilão. De acordo com os diretores, a única solução é se levantar o dinheiro necessário para o pagamento da dívida trabalhista com o jogador Otacílio e três planos foram postos.
Os planos “A, B e C” – Com o andamento da reunião, foram colocados três planos de forma a se tentar evitar o leilão.
O “Plano A” é tentar negociar um empréstimo com a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) se oferecendo algo como garantia. Neste caso, uma das garantias seria o estádio Otávio Limeira Alves ou então um terreno que está para ser doado ao clube.
Esse terreno, de acordo com o diretor financeiro Aristóteles Galindo, tem valor estimado entre R$ 300 e 400 mil e está localizado em Caruaru. De acordo com os dirigentes, serão realizados os contatos para que tal reunião possa acontecer com o presidente da FPF já nesta quinta-feira (03).
O “Plano B” será a conversa direta com empresários, políticos e outros setores da sociedade local, de modo a levantar o valor dessa dívida.
Já o “Plano C”, o mais difícil de todos de acordo com os dirigentes, seria uma nova tentativa de negociação com o ex-jogador que, de acordo com os dirigentes, dificilmente deve acontecer. O diretor jurídico do clube, o advogado Edmauro Torres, falou sobre o assunto:
“Ele queria acordo no início, mas agora não podemos se falar em passado, porque agora é o presente. A vantagem é dele. Se conseguirmos um ‘Valor X’, podemos chegar para o Otacílio e dizer que podemos dar isso aqui como garantia e podemos chegar a uma solução. Sou muito realista: Não temos outra saída”.
Se manter – Um fato que chamou a atenção é que, de acordo com os diretores, o clube consegue não mais ter prejuízos financeiros quanto ao seu funcionamento. Ainda de acordo com eles, as novas mudanças implantadas no clube, a exemplo das reformas das quadras e piscinas, contribuíram para esse fim, mesmo com a pouca quantidade de sócios em dia.
Apenas 14 – São apenas 14 os que estão em dia com o clube quando se fala dos sócios patrimoniais. De acordo com dados apresentados na reunião, seriam mais de 200 sócios desse tipo, mas apenas 14 deles estão em dia com o clube. Não se foi estimado a quantidade de outros tipos de sócios totais que o Ypiranga possui onde, de acordo com os diretores, um levantamento será realizado.
Irresponsabilidade – O Diretor de Marketing do Clube, Jefferson Lulu, fez um desabafo quanto ao valor atual da dívida com o jogador Otacílio que, de acordo com o processo, saiu de R$ 13 mil em junho de 2012 para R$ 218.039,56.
“Temos que chamar a população de Santa Cruz e ver o que nós podemos fazer. Foi muita irresponsabilidade de deixar uma dívida de R$ 13 mil se chegar a esse valor” – disse.
R$ 3 milhões – O receio maior, de acordo com os diretores, é ver a sede do clube ser leiloada e o pior: com um valor bem abaixo daquilo que ela realmente valeria. De acordo com o processo, o valor mínimo inicial para o leilão é de 15% do valor de avaliação da sede, que é de R$ 15 milhões ou seja: havendo apenas um único comprador, a sede pode ser arrematada por este por apenas R$ 3 milhões.
E se a sede for leiloada? – Ainda de acordo com os diretores, caso o clube seja leiloado, haveria uma “sobra do valor” após ser paga a dívida com o ex-jogador. Outra parte seria usada para pagar as outras dívidas e o restante, mais de R$ 2 milhões, seria usada para se construir uma nova sede para tentar reerguer o clube. A sede é a única fonte de receita do mesmo ao contrário do estádio, que gera despesas.
Fonte: Blog de Ney Lima
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