Eu sabia. Entre Jornalismo e Direito, deveria ter escolhido o segundo. No jornalismo, quanto mais difícil uma pauta, mais furo se leva do concorrente. No direito, quanto mais improvável e difícil uma causa, mais dinheiro se pode tirar dela.
É o que pretendem os advogados do senador Wilson Santiago, que alimenta agora o sonho de se sustentar no mandato de senador por oito anos mesmo depois da decisão suprema (permitam-me a redundância) do Supremo Tribunal Federal anulando a Ficha Limpa para 2010.
É claro que a tese maior é da procrastinação. Mas para o advogado não existe causa perdida por mais perdida que ela seja. Cássio foi impedido de registrar sua candidatura ao Senado com base na Lei Complementar 135/2010, a famosa Lei do Ficha Limpa. Ta lá bem escrito na sentença que impugnou seu registro. Ao derrubá-la, o STF não inocentou Cássio. Apenas tirou a proibição que o impedia de ser candidato.
Agora, os advogados de Santiago falam em Lei das Inelegibilidades ( que sofreu alterações com a Ficha Limpa) para mantê-lo no Senado. Jornalista metido que sou, acredito que já passou o tempo de entrar com recurso ou ação de impugnação de mandato pela Lei das Inelegibilidades. O que pegou, pegou. O que não pegou, não pega mais. Porque, mais do que ninguém, prazo é algo que não se despreza no Direito.
Mesmo assim, Santiago tem o direito de buscar seus direitos. E, especialmente, dinheiro pra gastar com advogados. Tem muito dinheiro, aliás. E, para fazê-o, precisa de esperanças. Mesmo que elas disfarcem mentiras.
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