Comissão da Verdade vem aí
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, fechou um acordo com tucanos e democratas para aprovar no Congresso Nacional a criação da Comissão da Verdade . A costura tem aval da presidente Dilma Rousseff e da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.
Em tramitação no Congresso, o artigo 2º do projeto de lei prevê o seguinte: "A Comissão Nacional da Verdade, composta de forma pluralista, será integrada por sete membros, designados pelo Presidente da República, entre brasileiros de reconhecida idoneidade e conduta ética, identificados com a defesa da democracia e institucionalidade constitucional, bem como com o respeito aos direitos humanos."
Jobim acertou com a oposição que a Câmara e o Senado indicarão dois integrantes de cada Casa do Congresso. Ao Executivo, restarão três indicações. Essa comissão terá o objetivo de dar uma resposta final e oficial sobre as circunstâncias das mortes e desaparecimentos políticos na ditadura de 1964 --um necessário acerto de contas com a história.
A ideia é fazer nomeações que atendam aos militares e aos familiares de mortos e desaparecidos políticos. Trocando em miúdos: um nome ligado à famílias, outro com trânsito no meio militar e um terceiro "neutro".
Criada a comissão, ela terá prazo de dois anos para concluir o relatório final, como prevê o projeto de lei.
A articulação com a oposição esvazia resistências da própria base do governo à proposta do Executivo. A inclusão do DEM nas tratativas ajuda a amenizar receios militares, pois o partido é descendente direto das siglas que sustentaram a ditadura de 64: Arena e, depois, PDS.
O acordo viabilizado por Jobim é uma boa notícia para o país, que merece conhecer a verdade sobre um dos períodos mais tristes de sua história.
Curtas
REFORMA - A reforma política será debatida, às 19h, no Jet Club, por Raul Jungmann (PPS), deputados Raul Henry (PMDB) e Daniel Coelho (PV), Edilson Silva (PSOL) e o especialista Maurício Romão. O PPS é que está promovendo.
É um soldado - Na visão do deputado Silvio Costa (PTB), o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, não deve explicar pessoalmente como multiplicou por 20 seu patrimônio em pouco tempo. Considera que notas da assessoria de imprensa são o suficiente. É uma avaliação errada, mas Silvio é um soldado e tem que dizer isso mesmo.
Cancelado - Devido ao falecimento, sábado passado, dia 21, do empresário Paulo Quiroz, irmão do prefeito José Queiroz (PDT), ocorrido em Caruaru, o governo municipal suspendeu as inaugurações de obras que estavam programadas para este final de semana na cidade e na zona rural.
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