Waries Dirie é uma mulher extraordinária. Nasceu na Somália, em meio a extrema pobreza. Aos três anos, como é costume em seu país e outras regiões da África e Ásia, sofreu um ato violento de circuncisão. Cortaram-lhe o clitóris, os pequenos e grandes lábios do órgão sexual e a costuraram deixando com a abertura praticamente do tamanho da cabeça de um fósforo. Quando fez 12 anos a mãe a queria casar com um velho de 60 anos. A menina seria sua quarta esposa e ele pagou bem para tê-la.
Waris fugiu. Atravessou o deserto para chegar a uma cidade e se encontrar com a avó. Através desta arranjou um emprego de doméstica. Mais tarde é obrigada a fugir novamente, desta feita do país. Na Inglaterra faz casualmente uma amizade e consegue emprego numa lanchonete.
No estabelecimento em que trabalha é descoberta por um fotógrafo famoso. Passa ainda por muitos percalços e dificuldades. Mas vence. Torna-se uma modelo famosa, sendo capa de muitas revistas importantes de países da Europa e dos Estados Unidos.
Waris Dirie venceu a fome, a opressão feminina, as dificuldades de viver em outro país, as barreiras da língua, os preconceitos.
Sua vida foi contada numa autobiografia que se tornou sucesso mundial. O livro se chama “Flor do Deserto” e deu origem a um ótimo filme com o mesmo título, contando sua história cruamente.
Hoje ela é ex-modelo e usa o dinheiro e a fama adquiridos para lutar contra a circuncisão feminina. Faz palestras, dá entrevistas, corre o mundo tentando evitar que muitas mulheres passem pelo mesmo sofrimento de que foi vítima.
Waris é negra, é linda. Tem consciência política e social e faz a sua parte. Uma mulher simplesmente notável.
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