Geraldo é um técnico que não conhece a capital pernambucana como os
outros. Foi inventado pelo governador Eduardo Campos e adotará um
discurso parecido com o de Antônio Dourado em Garanhuns, o de gerente,
de técnico competente. Se pretendia também que ele fosse o novo na
eleição, ideia abalada na escolha do vice, Luciano Siqueira. É boa
gente, porém é um veterano em política e está filiado ao mais antigo
partido comunista do país. Essa chapa tem tudo para sofrer uma
acachapante derrota, contudo a campanha ainda nem começou. Vamos
aguardar.
Mendonça Filho representa o conservadorismo, a antiga direita nascida a
partir da Arena, PDS, PFL e que terminou nesse minguado DEM. Apesar de
sua simpatia e aparente simplicidade, de ter sido governador, não tem a
identificação necessária com o Recife, talvez por conta de sua origem
interiorana e sua prática política em Belo Jardim e outras cidades do
Agreste. Nem a divisão do PT e das esquerdas parece capaz de impulsionar
Mendoncinha para uma vitória, pois o eleitorado da capital não parece
disposto a um retrocesso.
Por fim temos a chapa "puro sangue" do PT, com o senador Humberto Costa e
o deputado João Paulo. Os dois com uma história de luta no partido e na
sociedade. Começaram quando o Partido dos Trabalhadores não eram nada,
viviam nas redações dos jornais cavando espaço e disputando eleições sem
perspectiva de vitória. Perderam eleições majoritárias, chegaram ao
parlamento, insistiram, até que conquistaram a altos cargos em
Pernambuco e no Brasil.
João Paulo foi o melhor prefeito do Recife nos últimos 40 ou 50 anos.
Humberto tem a experiência de vereador, deputado estadual, deputado
federal, ministro e senador. Deixar de votar nesses dois para apostar
num técnico desconhecido, que poderá ser o máximo ou o mínimo? Só se der
uma louca no povo da capital ou os petistas fizerem muita merda na
campanha, hipóteses pouco prováveis.
Mendonça e Humberto, em campos opostos, fizeram uma constatação
inteligente. "Eleição não é concurso público". Quem é candidato a
prefeito não precisa necessariamente ser técnico, saber biologia,
português ou matemática. Precisa antes de tudo ter história, conhecer a
cidade, as pessoas, experiência na vida pública, pois já está provado
que política é para quem é do ramo. Normalmente toda vez que se escolhe
alguém de fora da atividade dá errado. Aqui mesmo em Garanhuns temos
bons exemplos disso. Em Recife também.
A eleição da capital interessa a todo Pernambuco. Tem consequências no
pleito de governador, influi nas disputas dos outros municípios do
Estado. Que vença o melhor para os recifenses e pernambucanos.
( Nas fotos Humberto Costa (PT) e Geraldo Júlio (PSB), candidatos à prefeitura do Recife).
( Nas fotos Humberto Costa (PT) e Geraldo Júlio (PSB), candidatos à prefeitura do Recife).
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