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domingo, 11 de novembro de 2012

Mensaleiros impedidos de deixar o país


“Na quarta-feira, o ministro Joaquim Barbosa, determinou que os 25 réus condenaos, no processo do mensalão, entregassem seus passaportes, acatando requerimento do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. No despacho o relator argumentou que “os acusados são pessoas com notório poder político e, alguns, de grande poder econômico, sendo necessário adotar-se providências para garantir a eficácia da decisão final".
 
Foto: Estadão
José Dirceu: passaporte recolhido e nome na lista dos impedidos de deixar o país

O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do mensalão, atendendo solicitação do Ministério Público, determinou primeiramente que os passaportes do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, do ex-deputado José Genoíno, do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e dos demais 22 réus condenados no processo do mensalão sejam recolhidos ao seu gabinete e ainda mandou incluí-los na lista do Sistema Nacional de Procurados e Impedidos (SINPI).

A medida restringe a possibilidade de qualquer um dos réus de deixar o país sem autorização prévia de Barbosa.

Na quarta-feira, o relator do processo repreendeu duramente Dirceu por ter criticado o julgamento do mensalão, embora não tenha citado o nome do ex-ministro.

Nesta quinta-feira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que irá reforçar o pedido de prisão imediata dos condenados no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

- Não é uma questão de necessidade (pedir a prisão imediata), mas de dar efetividade à decisão (da condenação). E a Procuradoria Geral da República vai continuar insistindo com a prisão.

No parecer de Gurgel sobre o mensalão, o pedido de prisão imediata já havia sido expresso. Mesmo assim, o procurador afirmou que irá fazer novo pedido.

- É normal no processo penal, que prevê essa medida.

Em outubro, o procurador-geral já havia defendido a prisão imediata dos condenados. Gurgel contestou o argumento de que eles não devem ser presos porque não oferecem perigo à sociedade.

Essas medidas foram implementadas desde que dois dos réus condenados, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, (condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro) ficou três meses na Europa e o ex-deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) (condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro) passou sete dias, na Ilha de Curaçao, no Caribe, com a esposa, onde foi comemorar quarenta anos de aniversario de casamento.

"Na fase em que se encontra o julgamento, parece-me inteiramente inapropriada qualquer viagem ao exterior por parte dos réus já condenados nesta ação penal, sem conhecimento e autorização deste Supremo Tribunal Federal, ainda que o pronunciamento da Corte, até o momento, não tenha caráter definitivo", disse Barbosa no despacho que determinou as medidas.
 

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