Câmara vira o jogo
Enquanto
as atenções estavam voltadas para a abertura da Copa do Mundo, ontem,
em São Paulo, no Recife o candidato do PSB a governador, Paulo Câmara,
conseguiu dois apoios importantes: o do PROS, partido que já havia
anunciado sua ida para o palanque de Armando Monteiro (PTB), e a
manutenção do PR na aliança.
Liderada
pelo deputado Inocêncio Oliveira, a legenda republicana havia decidido
não participar da convenção que homologa Câmara no próximo domingo. Não
assinou o edital cinco dias antes do evento, como determina a lei.
Mas,
depois de uma longa conversa com o prefeito do Recife, Geraldo Júlio,
um dos principais coordenadores da campanha socialista, Inocêncio
recuou. Vai à convenção e, consequentemente, desiste de debandar para o
palanque de Armando, com quem conversou bastante ao longo dos últimos
dias.
A
decisão de Inocêncio não surpreende, porque ele é um político que tem
arroubos e já é visto como folclórico. Faz ameaças veladas, promete o
que não pode, provavelmente apenas para barganhar, e acaba ficando onde
está: no lado mais conveniente do poder, à sombra do Governo.
Quanto
ao PROS, o jogo foi muito mais pesado e chama atenção pelo fato de sua
direção estadual ter sido destituída. Ligado a Armando, o deputado José
Augusto Maia foi rifado grosseiramente uma semana após ter anunciado que
o partido ficaria com o candidato trabalhista, tendo em vista que no
plano nacional está alinhado à reeleição da presidente Dilma.
Em
alguns Estados, de fato o PROS verticalizou a sua decisão nacional e
por isso mesmo era dado como natural o seu ingresso no palanque de
Armando. Sai desmoralizado o deputado José Augusto Maia, que sofreu o
maior golpe político deste processo inicial da sucessão estadual.
FALTOU VOTO–
O que levou o deputado Isaltino Nascimento a desistir da disputa à
Câmara dos Deputados: falta de votos suficientes. E a informação certa
de que o Supremo Tribunal federal vai manter, na próxima quarta-feira, a
decisão de reduzir o tamanho das bancadas federais e estaduais. No caso
de Pernambuco, a bancada federal perde uma cadeira, saindo de 25 para
24, e a estadual uma, de 49 para 48. Isso aumenta o coeficiente
eleitoral.
Queria ser vice–
Inocêncio só voltou ao palanque de Paulo Câmara porque, nas negociações
com a oposição, ele próprio queria ser o vice de Armando. O comando
trabalhista concluiu que sua presença na chapa daria um impacto
negativo, não apenas por ser um político em fim de carreira, mas pelos
altos e baixos do parlamentar em suas decisões.
Também desistiu?–
Isaltino Nascimento pode não ser o único a jogar a toalha. Circulou,
ontem, nos bastidores, a informação de que o ex-secretário da Casa
Civil, Tadeu Alencar, também teria desistido de disputar um mandato
federal. Se isso vier a se confirmar, Tadeu entra na campanha do
candidato do PSB a presidente, Eduardo Campos, assumindo função
destacada.
Perdeu o comando-
Apesar de ter se pronunciado, ontem, através de uma minúscula nota
negando o desfecho da sua saída do partido, o prefeito de Caruaru, José
Queiroz, está de fato fora do comando do PDT, que passa ser dirigido
pelo deputado federal Paulo Rubem Santiago. O anúncio formal da ida do
partido para o palanque de Armando deve ser feito hoje.
Sem guia na TV– Sem
o pai José Queiroz à frente do PDT e desfiliado do partido, o deputado
federal Wolney Queiroz fará uma campanha bem atípica para tentar a
reeleição. Mantendo o apoio a Paulo Câmara, o que é certo, fica fora da
propaganda eleitoral no rádio e na televisão e não pode fazer propaganda
de rua nem imprimir material impresso com os seus candidatos
majoritários.
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