O
mundo político santa-cruzense tem assistido, estupefato, a informação
de que o vereador Vânio Vieira (PSDB) andou gravando, secretamente, pelo
menos uma reunião, da qual participou juntamente com os seus então
colegas de bancada, e que contou, inclusive, com a presença do prefeito
Edson Vieira (PSDB).
Um
trecho da gravação foi divulgado nesta segunda-feira (09/06) na
imprensa santa-cruzense, e mostrou discussões internas do grupo
situacionista, relacionadas ao projeto de previdência municipal. Como
não poderia deixar de ser, o assunto foi tema recorrente em vários dos
discursos na reunião ordinária realizada ontem na Câmara Municipal de
Vereadores.
O
vereador Ernesto Maia (PSL), revelou que sabe do conteúdo das gravações
que estão em poder do vereador Vânio Vieira, e alertou que “o pior está
por vir”, aconselhando, ironicamente, os vereadores da bancada do
prefeito para que tratem Vânio Vieira com carinho.
A
vereadora Jéssyca Cavalcanti (PTC) também mencionou o assunto em seu
discurso. Ela afirmou ser “normal nas reuniões internas o clima quente;
errado é quem vazou as informações”. Jéssyca finalizou falando
diretamente a Vânio Vieira: “O senhor um dia me confidenciou que
política não era o seu lugar. Hoje vejo que você estava certo”.
A
atitude de Vânio Vieira em gravar ocultamente uma reunião com seus
colegas de bancada e o líder do seu grupo político, e depois entregar a
gravação à imprensa e políticos da Oposição, representa uma quebra de
códigos de conduta que, embora não escritos, são observados praticamente
sem exceção no mundo político.
Os
acertos e discussões que acontecem em reuniões fechadas dos grupos
políticos, ou mesmo entre adversários, não têm, necessariamente, uma
agenda imoral ou desonesta, sendo, portanto, aspectos rotineiros do
processo político. O que é anormal, e assustador de agora em diante, é
os participantes de tais reuniões imaginarem que estão sendo gravados,
correndo o sério risco de serem expostos, até mesmo por conta do uso de
termos que não costumam ser usados em público, mas que são comuns em
reuniões fechadas.
Uma
pergunta: os que aplaudem agora a indiscrição do vereador Vânio Vieira
terão coragem, sozinhos ou em grupo, de tratar de questões sigilosas com
o vereador?
Por
enquanto, não dá pra avaliar com precisão quem ganhou com a divulgação
pública das gravações feitas à socapa pelo vereador Vânio Vieira, mas já
dá pra saber quem foi o perdedor: o próprio Vânio, justamente naquilo
que é um dos bens mais valiosos de um homem público. A confiança.
Jason Lagos
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