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sábado, 14 de janeiro de 2012

Terrorista do Irã volta de mãos vazias da visita aos terroristas da américa latina


Diante das sanções americanas que começam a ameaçar seriamente a economia iraniana, com veto a compra do seu petróleo e em meio a crises diversas, como a morte em atentados dos seus cientistas nucleares, o presidente Mahmoud Ahmadinejad fez um viagem pela América Latina em busca de apoio dos governos ditos de esquerda para fazer frente a pressão americana. A imprensa internacional destacou que o iraniano deixou fora de sua agenda o Brasil, já que a presidente Dilma não apresenta o mesmo entusiasmo pelo seu governo que o antecessor Luis Inácio Lula da Silva. Ao fim as agencias de notícia destacaram que a viagem foi uma perda de tempo.

Foto: Reuters
Ahmadinejad e Fidel em Cuba. A deputada republicana Ileana Ros-Lehtinen, Presidente da Comissão dos Assuntos Externos da Câmara dos EUA, disse Ahmadinejad fez um "tour de tiranos" pela america Latina.




Segundo a agência de notícias Reuters, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, encerrou nesta sexta-feira sem brilho, um giro por quatro países da América Latina. Além de algumas declarações amáveis de líderes aliados, sua iniciativa de buscar apoios não produziu nenhuma oferta clara de ajuda para amenizar as sanções impostas pelo Ocidente por causa do programa nuclear iraniano.

Os limitados resultados do tour por Venezuela, Nicarágua, Cuba e Equador reforçaram a visão de que o Irã dependerá de pesos pesados como China ou Rússia para ajudar a driblar das sanções que pela primeira vez ameaçam os lucros do país com a venda de petróleo.

Os mais proeminentes presidentes de esquerda da América Latina, liderados pelo venezuelano Hugo Chávez, defendem o direito do Irã de desenvolver um programa de energia nuclear e criticaram as duras medidas dos EUA, que acusam Teerã de buscar um arsenal nuclear.

Embora tenham elogiado Ahmadinejad, no entanto, o bloco dos aliados socialistas latino-americanos ofereceu poucos sinais de que podem ajudar o Irã a driblar as sanções com dinheiro ou combustível.
Foto: Juan Barreto/AFP/Getty Images
Ahmadinejad e o eterno aliado, o presidente venezuelano, Hugo Chávez
Ahmadinejad teve a recepção mais calorosa com o presidente venezuelano Hugo Chávez, que zombou das acusações de que o Irã esteja fabricando uma arma nuclear, e depois visitou o nicaraguense Daniel Ortega, o cubano Raúl Castro e o equatoriano Rafael Correa.

No entanto, Ahmadinejad manteve o silêncio sobre assuntos-chave, incluindo o ataque à bomba em Teerã nesta semana que matou um cientista nuclear iraniano, a condenação à morte de um americano-iraniano por espionagem, a ameaça do Irã de fechar a passagem do Estreito de Ormuz e o início do enriquecimento de urânio.

Em contraste com a viagem anterior de Ahmadinejad pela América Latina, o Brasil não fez parte do roteiro, já que o novo governo brasileiro da presidente Dilma Rousseff se distanciou de Teerã em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Foto: Rodrigo Buendia/AFP/Getty Images
Ahmadinejad e o presidente do Equador Rafael Correa, aclamados pela multidão em Quito.
A preocupação do iraniano centra-se no fato do presidente americano, Barack Obama, ter sancionado no último dia de 2011 uma lei que impõe sanções a empresas que adquirirem petróleo iraniano, na esperança de que isso paralise o importante setor petrolífero do Irã e obrigue o país a abrir mão do programa nuclear. Diante disso, os principais importadores começaram a assumir posições, dividindo-se entre manter as boas relações com Washington ou saciar sua sede pelo petróleo iraniano.

Ontem, quinta-feira os aliados dos Estados Unidos na Ásia e na Europa manifestaram apoio às sanções contra o petróleo iraniano, mas ainda há temores sobre o impacto econômico da medida para o mundo, e Teerã disse que o eventual embargo não irá demover o país de manter um programa nuclear.

O Irã comercializa 2,2 milhão de barris por dia em negócios de exportação de petróleo através de seu banco central, usando-o como um intermediário entre a empresa nacional de petróleo e seus clientes compradores de petróleo. Pela nova lei americana qualquer empresa ou governo que lide com o banco central iraniano poderá sofrer sanções, medida que incluiria as empresas de lugares como China, Japão e Índia que comprarem petróleo iraniano.
Foto: Atta Kenare/AFP/Getty Images
Funeral do cientista nuclear iraniano Mostafa Ahmadi-Roshan, em Teerã em 13 de janeiro de 2012. Ele foi morto quando dois homens em uma moto colocaram uma bomba magnética no seu carro. O Irã disse que seu cientista foi morto por Israel e os Estados Unidos como parte de uma campanha secreta contra seu programa nuclear.

Um dia depois da morte de um físico nuclear iraniano, Mostafa Ahmadi Roshan, 32 anos, vítima de um atentado, o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, disse que o programa atômico do país é forte demais para ser perturbado por assassinatos como esse, o quarto vitimando um cientista nuclear.

Um jornal próximo à elite clerical do Irã defendeu que autoridades israelenses sejam assassinadas em retaliação, e Olli Heinonen, ex-inspetor de armas da Organização das Nações Unidas (ONU), disse que uma nova usina iraniana, praticamente à prova de bombardeios, pode fornecer ao país dentro de um ano suficiente urânio enriquecido para a produção de uma bomba.

O Irã nega ter a intenção de desenvolver armas atômicas, mas alusões a prazos como esse estimulam as especulações de que Estados Unidos e Israel poderiam recorrer a ações militares contra o programa nuclear iraniano.

O Irã acusou governos estrangeiros, particularmente o de Israel, de orquestrarem o assassinato do físico. Israel, que tem um histórico de cometer ações como essa, não comentou as acusações, mas deve ficar em alerta contra possíveis represálias. Teerã diz que deve iniciar nesta semana o enriquecimento de urânio em uma usina subterrânea nos arredores da cidade sagrada de Qom. Uma delegação da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA, um órgão da ONU) deve visitar o Irã por volta de 28 de janeiro, pelo menos é o que está previsto.

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