Eduardo e FBC acham graça da ofensiva da imprensa
A imprensa sudestina é afinadíssima. Depois da Folha de São Paulo, do Estadão, tinha que a Veja fazer coro contra Fernando Bezerra Coelho e Eduardo Campos. A revista escrota do Grupo Abril esta semana requenta o noticiário para detonar o ministro e por tabela atingir o líder socialista pernambucano. O jornalista Jamildo, em seu blog, desconstrói a reportagem direcionada da Veja.
Pinçamos alguns trechos para apreciação do leitor:
“Quem sou eu para criticar a Veja, mas a reportagem publicada neste final de semana merece reparos óbvios. Sou assinante da revista e aprecio o trabalho na denúncia de irregularidades nacionais, como o Mensalão.
"No caso FBC, entretanto, a publicação cometeu um pecado (errar o alvo, no sentido clássico da palavra).
A revista reclama, logo no começo do texto, que entra ano e sai ano as tragédias se repetem e os governantes não se antecipam para remover quem mora nas áreas de risco ou fazer obras necessárias para evitar os desastres quando a chuva chega. “É como se eles esquecessem, propositadamente, do que aconteceu no verão anterior”, escrevem.
"Ora, o que se viu em Pernambuco foi justamente o contrário. O governador Eduardo Campos mobilizou a sua equipe, formou um gabinete de crise, pediu recursos federais. É verdade que a construção das casas atrasou, mas vem saindo, como o hospital novo na cidade de Palmares, por exemplo. Como disse na semana passada, Pernambuco não pode ser criticado por ter feito o dever de casa. Não é correto que o justo pague pelo pecador. No caso, a Veja ou ignorou ou omitiu a resposta que foi dada ao drama das enchentes, no caso de Pernambuco.
"Em um segundo trecho, a revista afirma, com base em um levantamento do site Contas Abertas, que 90% das verbas pagas no orçamento do ano passado como parte do programa federal de prevenção de desastres naturais tiveram como destino o Estado de Pernambuco.
"Mais uma falácia, pois os recursos liberados para Pernambuco correspondem a menos de 10% dos R$ 366 milhões disponíveis para prevenção de enchentes no orçamento do Ministério para 2011. Desde a semana passada, apontamos aqui que os dados eram parciais e não poderiam ser lidos como definitivos, salvo se trate de campanha em curso para detonar o presidenciável Eduardo Campos, usando FBC como mote, como bode expiatório.
"Se culpa houve, foi dos governadores que não aplicaram suas verbas, caso do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Há um montante quatro vezes maior que os R$ 25 milhões destinados ao Estado que deixou de ser usado por falta de projetos.
"Uma frase atribuída a um cientista político diz que deveria ser óbvio que os maiores investimentos deveriam ir para as cidades historicamente mais afetadas. “Mas ministros sem diretriz seguem seus interesses particulares. É uma demonstração de subdesenvolvimento político”, diz o cientista político Rubens Figueiredo.
"Uma típica observação imbecil, pelo menos para o caso de Pernambuco.
"Primeiro, no caso de FBC não teve motel, não teve ONG pilantra, a liberação das verbas seguiu todos os trâmites legais, da elaboração dos projetos à licitação. Depois, a região da Zona da Mata entre Pernambuco e Alagoas vem sendo atingida por enchentes recorrentes desde 2000, sendo três ocorrências apenas entre 2010 e 2011.
"A denúncia de favorecimento a Pernambuco na liberação das verbas destinadas à prevenção de enchentes é, assim, uma balela. É que criticar o Nordeste é uma espécie de masturbação intelectual, São idéias que não precisam ter nexo com a realidade. Elas precisam apenas dar prazer a quem pensa de tal maneira".
(Jamildo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, registrar E-mail