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domingo, 2 de dezembro de 2012

Moral e sociedade



Nenhum dado pode ser mais vastamente comprovado do que o seguinte: a humanidade inteira, em sua organização social, teve como necessidade de sobrevivência forjar seus atos, contratos e trâmites com base em valores fundamentais e sólidos que davam sentido a ordem da estrutura social. 

Para isso, nada de mais transcendente e imutável do que a própria concepção da deidade e sua implicação mais óbvia: o senso moral.

 Esse senso caiu como uma luva perfeita para a necessidade dos povos, uma vez que não estava baseada em futilidades do momento, mas em algo eterno.

     Todavia, hoje há um forte questionamento sobre se a sociedade ainda pode se nortear com base em valor como a moral. Aqueles que questionam a validade da moral mostram-se totalmente desacreditados que algo tão antigo possa ser válido. Afirmam, em sua maioria, um mundo diverso e plural, onde nada pode ser considerado em sua objetividade, mas relativamente. E se os próprios valores, atualmente, são relativos, então não há espaço para a objetividade da moral.

     Diante disso questiono: o mundo real, de fato, abriu mão da objetividade moral em função de um relativismo? Acredito que não. Os próprios grupos que advogam em favor do relativismo militam causas sobre as quais não admitem qualquer oposição, e quando há alguma, agem como que combatessem o próprio mal. Exemplo disso são os movimentos de minorias, que sob a bandeira da “diversidade e tolerância” atacam como um cão raivoso todo e qualquer pensamento que lhes sejam contrários. Isso mostra que o que acontece de fato é a imposição forçada de um falso relativismo à maioria, enquanto uma minoria luta por seus objetivos absolutistas. Tal postura é, na verdade, uma tática que tem como objetivo desarmar o adversário sem que ele se dê conta disso.

     A moral nunca esteve tão presente na vida cotidiana das pessoas, embora nunca foi tão negada. A negação da moral no espaço intelectual apenas deixa claro que essa ideia da invalidade da moral não serve para descrever o mundo real. Quem a nega com palavras ditas e escritas a afirma com atitudes. Isto parece uma contradição, mas não é. Trata-se da substituição de uma moral baseada em razões invariáveis e eternas (Deus) por outra fundamentada em interesses particulares de grupos poderosos. Todo esse discurso, veiculado na grande mídia, livros, universidades, ONGs e grupos de militância, não passa de instrumento de manipulação social, de estória ridícula contada para idiotas se aprofundarem na ignorância.

     O mundo sempre foi e sempre será norteado por valores morais(mesmo que convenientemente não assumidos) e objetivos, pois o juízo é algo inerente ao ser humano; enquanto houver juízo, escolha entre bem e mal, haverá, por trás disso, uma estrutura moral que o sustenta.

Carlos A. Silva.
Graduando em História pela Universidade Estadual da Paraíba.

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