Nenhum dado pode ser mais
vastamente comprovado do que o seguinte: a humanidade inteira, em sua
organização social, teve como necessidade de sobrevivência forjar seus atos,
contratos e trâmites com base em valores fundamentais e sólidos que davam
sentido a ordem da estrutura social.
Para isso, nada de mais transcendente e
imutável do que a própria concepção da deidade e sua implicação mais óbvia: o
senso moral.
Esse senso caiu como uma luva perfeita para a necessidade dos
povos, uma vez que não estava baseada em futilidades do momento, mas em algo
eterno.
Todavia, hoje há um forte questionamento
sobre se a sociedade ainda pode se nortear com base em valor como a moral.
Aqueles que questionam a validade da moral mostram-se totalmente desacreditados
que algo tão antigo possa ser válido. Afirmam, em sua maioria, um mundo diverso
e plural, onde nada pode ser considerado em sua objetividade, mas
relativamente. E se os próprios valores, atualmente, são relativos, então não
há espaço para a objetividade da moral.
Diante disso questiono: o mundo real, de
fato, abriu mão da objetividade moral em função de um relativismo? Acredito que
não. Os próprios grupos que advogam em favor do relativismo militam causas
sobre as quais não admitem qualquer oposição, e quando há alguma, agem como que
combatessem o próprio mal. Exemplo disso são os movimentos de minorias, que sob
a bandeira da “diversidade e tolerância” atacam como um cão raivoso todo e
qualquer pensamento que lhes sejam contrários. Isso mostra que o que acontece
de fato é a imposição forçada de um falso relativismo à maioria, enquanto uma
minoria luta por seus objetivos absolutistas. Tal postura é, na verdade, uma
tática que tem como objetivo desarmar o adversário sem que ele se dê conta
disso.
A moral nunca esteve tão presente na vida
cotidiana das pessoas, embora nunca foi tão negada. A negação da moral no
espaço intelectual apenas deixa claro que essa ideia da invalidade da moral não
serve para descrever o mundo real. Quem a nega com palavras ditas e escritas a
afirma com atitudes. Isto parece uma contradição, mas não é. Trata-se da
substituição de uma moral baseada em razões invariáveis e eternas (Deus) por
outra fundamentada em interesses particulares de grupos poderosos. Todo esse
discurso, veiculado na grande mídia, livros, universidades, ONGs e grupos de
militância, não passa de instrumento de manipulação social, de estória ridícula
contada para idiotas se aprofundarem na ignorância.
O mundo sempre foi e sempre será norteado
por valores morais(mesmo que convenientemente não assumidos) e objetivos, pois
o juízo é algo inerente ao ser humano; enquanto houver juízo, escolha entre bem
e mal, haverá, por trás disso, uma estrutura moral que o sustenta.
Carlos
A. Silva.
Graduando em História pela Universidade
Estadual da Paraíba.
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