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domingo, 7 de julho de 2013

Gastos de senadores vão de voos a casas noturnas


O custo para o exercício do mandato dos três senadores de Pernambuco – Humberto Costa (PT), Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Armando Monteiro Neto (PTB) – no primeiro semestre de 2013 foi de R$ 466.687,06, sem a remuneração, de acordo com o Portal da Transparência do Senado. Os gastos vão desde pagamentos com materiais de divulgação a consumo em casa noturna. O senador com maior despesa no período foi Humberto, com R$ 193.139,73. Em seguida aparece Jarbas, com R$ 163.422,17, e, por último, Armando, com R$ 110.125,16.
No primeiro semestre do ano, Humberto protocolou 551 recibos de pagamentos a título de gastos para atividade parlamentar. Um deles é o pagamento de R$ 72,57 à House Yellow Casa Noturna Bar e Restaurante LDTA, no dia 5 de abril. Além disso, o senador apresentou uma série de notas de restaurantes em dias sem expediente no Senado, como exemplo ao Eki, no dia 2 de março, no valor de R$ 152,70, e ao Anjos e Souto LTDA, no dia 18 de maio, ao custo de R$ 301,84. Ambas as despesas ocorreram aos sábados.
Na prestação de contas do senador Jarbas Vasconcelos constam 190 recibos. Em sua maioria, os débitos referem-se a gastos com o escritório político do peemedebista, o Debate, no bairro da Ilha do Leite, no Recife. Já o senador Armando Monteiro Neto foi o único dos três pernambucanos que utilizou pouco mais da metade do teto previsto para o semestre, que é de até R$ 217.599,60. Na lista de despesas, além de altas passagens aéreas – algumas onde o trecho custou mais de R$ 2 mil –, o petebista destinou R$ 3.360 para divulgação de sua atuação parlamentar.
Além da cota mensal de R$ 15 mil para despesas, os senadores recebem um salário de R$ 26.723,13, valor igualmente pago à presidente Dilma Rousseff (PT), o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e os ministros.
Em tempos de manifestações populares nas ruas por melhorias nos serviços prestados pelo Estado, o cientista político Hely Ferreira ressalta que, embora constitucionalmente legal, moralmente as benesses aos parlamentares vão de encontro com os interesses da sociedade. “Apesar de legal, não é ético. Esses benefícios geram ainda mais uma aversão da sociedade à classe política. Enquanto os senadores têm determinados gastos, uma boa parte da população sequer tem acesso a um salário mínimo”, compara.
 Por José Accioly, do Jornal do Commercio

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