Não tenho propensão a embarcar em causas corporativistas. Nesse caso, passou dos limites - e quem passou dos limites foi o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Ele quer expulsar do STF, onde atua desde 2000, uma funcionária de carreira e devidamente concursada, sem nenhuma mácula em sua biografia, por um motivo: ela é casada com um jornalista (Felipe Recondo, do "Estado de S.Paulo") e está lotada no gabinete do ministro Ricardo Lewandoswski.
A acusação: esse grau de parentesco ajudaria o repórter a ter informações privilegiadas.
Ou seja, a mulher, que já no STF está desde 2000, é punida pela atividade profissional do marido. Beleza de justiça.
Fico pensando se não influiu no ataque de Barbosa um fato em especial. O repórter ganhou um prêmio Esso por sua reportagem sobre salários no Judiciário.
Certa vez Barbosa chamou-o de "palhaço" e o mandou "chafurdar no lixo".
Com todo respeito à atuação de Barbosa no caso do mensalão, difícil não ter a suspeita de que ele, buscando atingir o marido, atirou na mulher. (Gilberto Dimenstein, Folha de São Paulo).
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