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domingo, 10 de abril de 2011

2014 passa por Pernambuco

Eduardo Campos e Sérgio Guerra estão hoje em trincheiras políticas adversárias. O primeiro integra a base aliada do governo de Dilma Rousseff (PT). O segundo compõe a oposição. Em Pernambuco, porém, cultivam uma relação de proximidade que, se não ganha corpo em coligações oficiais, reflete em alianças brancas em que prefeitos ligados ao deputado reforçam palanques do governador. Antigos aliados no estado, ambos devem ser personagens de destaque na sucessão da presidente petista, em 2014. Campos é presidente nacional do PSB. Guerra, ex-senador e integrante da bancada federal do estado, preside o PSDB e deve ser reconduzido ao cargo. Na campanha presidencial vindoura, os respectivos partidos aparecerão como protagonistas da disputa. E, curiosamente, tanto podem se opor quanto compor uma mesma chapa. A próxima corrida pelo Palácio do Planalto passará, portanto, por Pernambuco. 

Guerra já trabalha para fazer do senador e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves candidato. Eduardo aparece em bolsas de apostas como candidato a vice-presidente ou mesmo a presidente. Há quem diga que ele poderá ocupar a vice na chapa governista encabeçada por Dilma. Também surge como eventual vice de Lula, caso o ex-presidente decida voltar a concorrer. Não falta, ainda, quem veja o socialista, a depender das circunstâncias, como potencial vice de Aécio. 

Hoje, PSDB e PSB têm desafios claros rumo a 2014. Os tucanos tentam remover o ex-governador de São Paulo José Serra do caminho. Derrotado nos confrontos com Lula, em 2002, e com Dilma, em 2010, Serra já declarou que quer voltar a concorrer ao cargo. Do seu lado, o PSB, fortalecido no Nordeste, tentar ganhar musculatura no Sudeste, particularmente em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, e no Rio de Janeiro. No primeiro, os socialistas se aproximaram do prefeito da capital, Gilberto Kassab, que, após deixar o DEM, tenta viabilizar o Partido Social Democrático.

Eduardo já reuniu-se pelo menos duas vezes com Kassab para ´casar` os interesses. O acordo prevê uma aliança para as eleições de 2012 e 2014. Já no Rio, onde não concorreu ao Executivo, o partido filiará o ex-ministro da Saúde do governo Lula José Gomes Temporão. Egresso do PMDB, ele é citado como provável candidato ao governo fluminense.

Em 2010, ambos os partidos viveram momento de ´expansão`. Embora não tenha conseguido a Presidência da República, o PSDB elevou de seis para oito o número de governadores em comparação a 2006. Já o PSB, que contava com apenas três, saiu vitorioso das urnas em seis estados. Em diversos deles, os dois partidos estiveram juntos. Construíram desde então uma intimidade que pode facilitar parcerias futuras. Eduardo e Guerra, que já subiram no mesmo palanque nos anos 1990, podem voltar a se aliar, agora no plano nacional. O caminho para isso já foi aberto.  
             

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