TSE ABRE BRECHA PARA FICHA SUJA
O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou ontem (23) a validade da manobra do
ex-prefeito de Paulínia (SP), Edson Moura (PMDB), que se retirou do processo
eleitoral no ano passado às vésperas das eleições e foi substituído no pleito
pelo filho, Edson Moura Júnior (PMDB), vencedor da disputa. A decisão do TSE
cria jurisprudência para casos similares no país.
Edson Moura, o pai, era ficha-suja e teria a candidatura impugnada pelo TSE. O ex-prefeito foi condenado duas vezes por improbidade administrativa.
Na época, o segundo colocado, José Pavan Junior (PSB), conseguiu recorrer e foi empossado prefeito de Paulínia. A decisão do TSE deve retirar o prefeito do poder, mas Pavan ainda tem a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Com isso, prevalece no país o entendimento de que a Lei das Eleições permite a troca de candidato a prefeito na véspera da votação, mesmo que o substituto não seja conhecido pelos eleitores.
Pela legislação, os candidatos têm o direito de se retirar das eleições e colocar qualquer outro político (inclusive filhos, maridos e esposas) no lugar.
Quando a
alteração ocorre com pouca antecedência, não só o novo candidato se livra de um
longo período de avaliação pública e da mídia, mas as informações das urnas eletrônicas
podem ficar sem atualização. Ou seja, o eleitor vê a foto e o número do
candidato que renunciou, mas acaba votando no substituto sem perceber.
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