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quarta-feira, 17 de julho de 2013

A JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE NO BRASIL

A Jornada Mundial da Juventude será, com certeza, o evento do ano no Brasil. Atrairá muito mais gente ao Rio de Janeiro do que a Copa do mundo de futebol e as Olimpíadas. A Confederação Nacional do Comércio divulgou uma pesquisa estimando que a Jornada injetará cerca de R$ 275 milhões na economia da cidade, especialmente em hotéis, companhias aéreas e supermercados. Tudo isso além da divulgação de uma imagem positiva da cidade, fazendo propaganda do seu potencial turístico e dos grandes eventos desportivos nos próximos anos.

Mas as maiores vantagens desta 28ª JMJ para o Brasil não são as quantificáveis. O evento vem sendo preparado há meses na maioria das cidades do país, gerando uma grande onda de otimismo e esperança, recrutando milhões de jovens para experimentarem sólidos valores morais, cívicos e espirituais. O Papa Francisco já acenou que vai mencionar, em seus discursos durante a Jornada, as recentes manifestações que a juventude brasileira tem feito pelo país criticando a corrupção na política e exigindo melhorias nos serviços públicos. O primeiro Romano Pontífice latino-americano, que até o início desse ano era usuário do sistema público de transporte em Buenos Aires e atendia a comunidades em favelas, vai endossar o clamor das nossas ruas.

A experiência das JMJ’s anteriores mostra que no pós-evento costuma haver, nos países sede, um significativo crescimento de participação dos jovens nas comunidades eclesiais, um aumento notável das vocações sacerdotais e religiosas e o surgimento de várias iniciativas de voluntariado beneficente. A Jornada não é um evento isolado, mas uma alavancada no que a juventude tem de melhor para colaborar na construção de um mundo novo, mais justo, pacífico e fraterno. Portanto, não haveria momento mais propício do que esse para a Jornada acontecer no Brasil.

Lembro-me que o escritor ateu Mario Vargas Llosa, peruano prêmio Nobel de literatura, publicou um artigo no jornal El País logo após a Jornada Mundial da Juventude de 2011 na Espanha. Ele concluía dizendo: “Crentes e não crentes devemos nos alegrar pelo ocorrido em Madri nesses dias em que Deus parecia existir, o catolicismo ser a religião única e verdadeira, e todos como bons meninos marchávamos de mãos dadas com o Santo Padre até o reino dos céus”. Alguém o interpretou como irônico. Eu leio de outra forma: mesmo os agnósticos e ateus devem reconhecer que essa confraternização de povos e essa manifestação de alegria sóbria e esperançosa dos jovens só podem ser boas para o nosso país.


Enviado por Pe. Juliano Ribeiro Almeida

Sacerdote da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim-ES

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