Um dos meus propósitos futuramente é criar um
jornal. Atualmente seria impresso e virtual. Nesse jornal pretendo colocar
temas relacionados à Ciência, Política, Religião, Economia, Cultura e debates
atuais, como aborto, pena de morte e casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Será um jornal crítico, provocativo, desafiador. Minha intenção é levar o leitor
a raciocinar, questionar, argumentar. Mas confesso que ultimamente esse
objetivo tem me parecido por demasiado utópico.
Para um jornal sobreviver é óbvio que se precisa de
dinheiro. Ou seja, tem que vender. Mas quem vai comprar um jornal assim? Eu sei
que existem muitas pessoas que se interessam por um jornal assim. Mas
comparadas as que se interessam pelo jovem morto na última madrugada ou pelo
caminhão que virou, essas pessoas praticamente somem.
Estou sugerindo que os jornais policiais não devam
existir? De forma alguma! O que lamento é que as pessoas só se interessem por
esse conteúdo. É óbvio que se eu tenho um jornal policial não vou ficar
abordando novas descobertas científicas ou dando dicas sobre filmes históricos.
Se bem que existem jornais, blog’s e sites policiais que superam em muito qualquer
filme de terror. Nenhum filme me assusta perante os closes de tiros e facadas.
Sangue e violência vendem muito por que há quem
compre. São produtos valiosíssimos no mercado! Se eu quiser ter sucesso em
minha empreitada terei que mudar o gênero de meu jornal. Ao invés de tentar informar
o público para que não saiam vomitando bobagens por aí, terei que procurar a
imagem mais trágica do mês para colocar como matéria de capa.
Os meios de comunicação incitam o cidadão a ser
crítico. Em época de eleição nos pedem que analisemos bem antes de votar, que
não vendamos nosso voto. Decorrentes de alguns crimes surgem debates sobre
alterações de leis, aumento de penas, mudanças no sistema penitenciário, etc.
Mas esses são temas que exigem do cidadão informação e conhecimento. Esses
meios estão transmitindo isso? O que o cidadão aprende só ouvindo notícias
sobre roubos e assassinatos?
Há quem diga que serve como exemplo. Por exemplo: quando
um adolescente ver outro morto por causa
de drogas, esse adolescente vai se conscientizar. Sugiro que mudem de
estratégia, pois essa não está dando certo. Tentem investir em educação de
qualidade, saúde, lazer e infra-estrutura.Talvez ajude.
É uma pena que informação e conhecimento não sejam
produtos rentáveis. Se fossem, é bem provável que vivêssemos em uma sociedade
melhor. Uma pessoa informada e crítica sabe o que falar, como falar e quando
falar. Isso iria transparecer no voto que tanto falam. Isso iria refletir
diretamente nas famílias, nas instituições.
Mas tenho que admitir que apelar para sangue e
violência é mesmo uma grande sacada de marketing!
(Carlos Wilker)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Por favor, registrar E-mail