Prestes a perder o mandato parlamentar, o deputado federal Natan Donadon (sem partido), condenado a 13 anos, 4 meses e 10 dias de reclusão por formação de quadrilha e peculato, faz 46 anos no próximo sábado (27), e, no dia seguinte, completará um mês de encarceramento na Penitenciária do Distrito Federal I, no Complexo da Papuda.
No presídio, Donadon vem despertando a curiosidade dos internos por ser o primeiro deputado desde a Constituição de 1988 a dividir uma ala com criminosos condenados pelos mais diversos crimes. E passa boa parte do tempo contando sua trajetória política aos "novos colegas", que optaram por excluir o “excelência” e chamá-lo apenas de “interno Natan”.
Instalado numa cela individual considerada "confortável", Donadon não tem nenhum contato físico com os vizinhos de ala. Mas, da própria cela, consegue conversar com os outros detentos e falar sobre sua condenação e sobre a vida de parlamentar. Apesar da fase difícil de adaptação, o parlamentar considera bom seu convívio com os demais presos, não lamenta sua vida no presídio, não dá sinais de depressão e está bem fisicamente.
Apesar do bom convívio na Papuda, sua família fez chegar aos ouvidos dos ex-colegas de Câmara dos Deputados que ele estava enfrentando a provocação dos detentos e que temia o momento em que fosse transferido para uma cela coletiva.
À direção do presídio, o parlamentar negou a informação e ouviu que não há perspectiva de transferência para uma cela coletiva por "questão de segurança".
O "interno Natan" está numa área para 20 presos, com uma biblioteca por bloco, celas em concreto com colchão e espaço para livros, além do solário, onde toma suas duas horas diárias de banho de sol. Ele também trocou o terno e gravata de parlamentar por roupas brancas simples, o "uniforme informal" da Papuda, providenciado por parentes.
Por Magno Martins |
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