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domingo, 18 de agosto de 2013

UM HOMEM ADMIRÁVEL

Hoje Vou escrever sobre um homem simples –JOSÉ MARIA MUJICA – que o povo Uruguaio teve a sorte de eleger para comandar os destinos deste nosso pequeno vizinho. Para quem não sabe, o Uruguai era uma de nossas províncias – a província cisplatina - fazia parte do nosso território, no Brasil Imperial, e alcançou a sua independência em 1828, constituindo-se na atual República Oriental do Uruguai. Mas deixemos a história de lado e vamos ao que interessa.

Sempre costumo dizer e até já escrevi esta frase em artigos, ou seja, a grandeza de um homem se mede pela sua humildade. E é justamente na simplicidade desse homem que reside a sua grandeza. 

O povo uruguaio teve a sorte de escolher para governar os seus destinos, este homem, que, muito embora governe uma nação, não perdeu a sua simplicidade e generosidade. Continua a morar no seu pequeno sítio – ele é agricultor - nos arredores de Montevidéu, abdicando da luxuosa residência da Presidência da República, localizada no Prado, um bairro nobre da região norte da capital uruguaia. 

Dirige ele mesmo o seu fusca ano 1987 e doa  quase a totalidade do seu salário de presidente, quantia que equivale a cerca de R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais), para instituições de caridade.  Vive com pouco mais de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos) reais por mês.

Mas a sua simplicidade, ou melhor, a grandeza desse homem público não para por aí. Com seus 78 anos de idade ele mesmo faz pequenos consertos no seu sítio e quando precisa da ajuda de outros trabalhadores, na hora da refeição senta com eles à mesa.

E isto não o diminui em nada. Ao contrário, somente o engrandece. E é como  Janine – esta mulher de uma inteligência e bondade extraordinárias – com a qual tive a sorte de conviver sob o mesmo teto durante estes mais de vinte anos costuma dizer: “ninguém precisa ser ou se achar melhor do que ninguém para mostrar que é capaz de governar uma cidade, um estado ou um país. Agente só precisa mostrar que é igual ao nosso semelhante.” Só.

Que a vida deste homem grandioso sirva de exemplo e de lição, principalmente para alguns “chefetes políticos”, nossos conhecidos, que pensam que ser prefeito é ser dono dos destinos  de uma cidade e dos seus cidadãos e, no mais das vezes, para não largar o osso chegam ao extremo de colocar “laranjas” no cargo de prefeito.

Mas o povo não é cego, nem besta. E, como diz o ditado popular, “mais dia menos dia a casa cai.” A hora deles vai chegar!
Um abraço a todos.


*PAULO ROBERTO DE LIMA  é  graduado em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife e atualmente exerce o cargo de  Procurador  Federal. 

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